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Containers Uterus, 2022

[English version bellow]

Instalação
Malha de metal, garrafas de vidro e plástico, água de nascentes, lagos, rios e chuva, material orgânico.

A obra Containers Uterus, apresentada na exposição Water Bodies (MaHalla, Berlim), reflete criticamente sobre a privatização dos recursos básicos para a existência da vida no planeta: solo, água e útero. Feitas de malha de metal, um material normalmente usado para demarcação de propriedades, onze estruturas em forma de embalagens para líquidos ocuparam o espaço da exposição. Dentro delas, outros objetos recipientes cheios de água de nascentes, lagos, rios e chuva além do esqueleto desorganizado de um pássaro.

A diferença de dimensões entre as estruturas metálicas e os objetos contidos dentro delas enfatizava o espaço vazio entre. Tornou-se impossível acessar os recipientes menores. continham. A disposição das peças em frente às grandes janelas da galeria acrescentava outra camada. Quando o sol atravessava as obras, uma série de sombras era criada no chão, em uma espécie de ressonância da delimitação dos territórios evocados pela malha de metal. Embora as obras tenham sido apresentadas como um conjunto, a individualidade de cada estrutura era acentuada.

Destaque para uma ânfora com alças de arame farpado. Em seu interior, uma cabaça quebrada se equilibrava em meio a outros arames retorcidos e recebia, gota a gota, água de um gotejador pendurado no teto feito de uma garrafa plástica e prego.

A ânfora é considerada o primeiro recipiente destinado ao armazenamento e, principalmente, ao transporte de longa distância de produtos líquidos. Além das alças características, as ânforas possuem um gargalo estreito que impede o transbordamento do conteúdo transportado. Não é necessário nenhum esforço para reconhecer o formato de útero.

Uma certa comunicação entre as estruturas internas e o mundo externo estava implícita, mas acompanhada de uma maneira fragmentada de ver. Os olhos se deslocavam de dentro para fora, de parte para parte, e assim a sensação de isolamento, tanto do que estava contido quanto do que estava excluído, encontrava seu lugar.

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Installation

Metal mesh, glass and plastic bottles, water from springs, lakes, rivers and rain, organic material.

 

The work Containers, presented at the Water Bodies exhibition (MaHalla, Berlin), critically reflects on the privatization of the basic resources for the existence of life on the planet: soil, water and the womb. Made of metal mesh, a material normally used for demarcation of properties, eleven structures in the form of packaging for liquids occupied the exhibition space. Inside them were other container objects filled with water from springs, lakes, rivers and rain - with the exception of a piece that contained a disorganized skeleton of a bird.

The difference in dimensions between the metallic structures and the bottles and pots inside it emphasized the empty space between them. It became impossible to access what was contained in the smaller containers.

The arrangement of the pieces in front of the gallery's large windows added another layer. As the sun crossed the works, a series of shadows was created on the floor, in a kind of resonance of the delimitation of the territories evoked by the metal mesh. Although the works were presented as a set, the individuality of each structure was pronounced.

Featured was an amphora with barbed wire handles. Inside, a broken gourd was balanced amid other twisted wires and received, drop by drop, water from a dripper hanging from the ceiling made of a plastic bottle and nail.

The amphora is considered the first vessel-container intended for the storage and, mainly, for the long-distance transport of liquid products. The origin of the word comes from the Greek amphoreus, which means vase with two handles. In addition to the characteristic handles, it has a narrow neck preventing the overflow of transported contents. No effort is needed for the shape of a uterus to be recognized.

A certain communication between the internal structures and the external world was implied, but accompanied by a fragmentary way of seeing. The eyes shifted from inside to outside, from part to part, and so, a painful sense of isolation from both what was contained and what was excluded, found its place.

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